A Auto-Estima de Deus - Jonathan Edwards

Essa objeção deve surgir de um conceito extremamente ignorante ou irrefletido acerca do mal do egoísmo e da virtude da generosidade. Se por egoísmo entende-se uma disposição em qualquer ser de reverenciar-se, trata-se de algo tão perverso e indecoroso quanto a insignificância de uma pessoa em relação a uma
multidão; assim, o bem maior é muito mais precioso do que o interesse individual.
Entre os seres criados, uma pessoa é de pouca importância quando comparada com a maioria, de modo que o seu interesse é irrisório em comparação com o interesse do sistema na sua totalidade. Assim, no indivíduo, uma disposição para preferir-se, como se fosse maior do que todos, é deveras maligna. Mas o é somente porque constitui uma disposição discorde com a natureza das coisas e [com] aquilo de que consiste, verdadeiramente, o bem maior.
Em contrapartida, a disposição de qualquer pessoa de renunciar ao próprio interesse a favor dos outros é tão excelente e digna [de] ser chamada de generosidade quanto o é tratar as coisas de acordo com o seu verdadeiro valor; quanto perseguir algo extremamente digno de ser perseguido; quanto expressar uma disposição de preferir algo além do interesse próprio, algo que seja, com efeito, preferível em si mesmo.
Porém, se Deus é, de fato, tão magnífico e tão excelente a ponto de todos os outros seres parecerem nada para ele, outra excelência também é nada, menos do que nada e vaidade em comparação a ele; e, se Deus é onisciente e infalível, e sabe muito bem que é infinitamente o mais precioso dos seres, convém que o seu coração se agrade disso - sendo essa, de fato, a verdadeira natureza e proporção das coisas, agradável ao entendimento absolutamente inclusivo e infalível que ele possui das coisas e também à perspectiva perfeitamente clara pela qual ele as vê - e que a sua auto-estima seja infinitamente maior do que a estima por suas criaturas.
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